domingo, 14 de setembro de 2014

Leitura, escrita e criticidade

Leitura e escrita são processos que se complementam. A possibilidade de desenvolver atividades de leitura e escrita de forma contextualizada, não só torna o processo mais fácil como também favorece a reflexão sobre o uso que se faz da língua, e, consequentemente, há uma consciência cidadã que percebe o mundo, comunica-se com ele e interage... Como afirma João Cabral de Melo Neto:

Quando um rio corta, corta-se de vez 
o discurso-rio de água que ele fazia; 
cortado, a água se quebra em pedaços, 
em poços de água, em água paralítica. 
Em situação de poço, a água equivale 
a uma palavra em situação dicionária: 
isolada, estanque no poço dela mesma, 
e porque assim estanque, estancada;
mais: porque assim estancada, muda, 
e muda porque com nenhuma comunica, 
porque cortou-se a sintaxe desse rio, 
o fio de água por que ele discorria. 

O curso de um rio, seu discurso-rio, 
chega raramente a se reatar de vez; 
um rio precisa de muito fio de água 
para refazer o fio antigo que o fez. 
Salvo a grandiloqüência de uma cheia 
lhe impondo interina outra linguagem, 
um rio precisa de muita água em fios 
para que todos os poços se enfrasem: 

se reatando, de um para outro poço, 
em frases curtas, então frase a frase, 
até a sentença-rio do discurso único 
em que se tem voz a seca ele combate. 

Um passo importante que cada professor/ cada professora de língua portuguesa dá nesse processo de conscientização da cidadania é através da língua, portanto é interessante abrir-se para leituras e perspectivas de novos letramentos educando/educador. Esse material nos dá a dimensão do trabalho com a língua de forma consciente.



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