Leia o texto abaixo
Texto 01
DE QUEM SÃO OS MENINOS DE RUA?
Eu, na rua,
com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não
entendi. Fui logo dizendo que não tinha. Certa de que ele estava pedindo
dinheiro. Não estava. Queria saber a hora. Talvez não fosse um Menino De
Família, mas também não era um Menino De Rua. É assim que a gente divide.
Menino De Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca,
que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua.
Menino De Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força
porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão.
Ouvindo
essas expressões tem-se a impressão de que as coisas se passam muito
naturalmente, uns nascendo De Família, outros nascendo De Rua. Como se a rua, e
não uma família, não um pai e uma mãe, ou mesmo apenas uma mãe os tivesse
gerado, sendo eles filhos diretos dos paralelepípedos e das calçadas,
diferentes, portanto, das outras crianças, e excluídos das preocupações que
temos com elas. É por isso, talvez, que, se vemos uma criança bem-vestida
chorando sozinha num shopping center ou num supermercado, logo nos
acercamos protetores, perguntando se está perdida, ou precisando de alguma
coisa. Mas se vemos uma criança maltrapilha chorando num sinal com uma caixa de
chicletes na mão, engrenamos a primeira no carro e nos afastamos pensando
vagamente no seu abandono.
Na verdade,
não existem meninos De Rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino
está NA rua é porque alguém o botou lá.
[...] (COLASSANTI,
Marina. A casa das palavras. São Paulo: Ática, 2002.)
Disponível em: http://portal.ifrn.edu.br/ensino/processos-seletivos/tecnico...
Acesso: 19/05/2012.
1. De acordo com o texto 1, assinale os itens corretos: Em relação ao gênero textual, esse texto é(0,5)
A) uma crônica
B) um conto
C) uma notícia
D) uma reportagem.
2. O texto foi escrito em: (0,5)
A) 1ª pessoa do plural
B) 1ª pessoa do
singular.
C) 3ª pessoa do plural
D) 3ª pessoa do
singular.
3. O texto estabelece diferença entre meninos
De rua e Na rua. Essa diferença deve-se, principalmente, aos aspectos:
(0,5)
A) geográficos
B) sociais
C)religiosos
D) culturais
4. O fato que desencadeou o texto foi: (0,5)
A) uma criança chorando em um shopping center.
B) um menino que estava sentado em uma calçada, vendendo
chiclete e chorando.
C) um menino maltrapilho pedindo esmola.
D) o menino que tocou no braço da narradora para
pergunta-lhe as horas.
5. Nos períodos: [...] logo
nos acercamos protetores, perguntando se está perdida, ou precisando de alguma coisa.
Mas se vemos uma criança maltrapilha chorando num sinal com uma caixa de
chicletes na mão, engrenamos a primeira no carro e nos afastamos pensando vagamente no seu abandono. , Os termos
grifados estabelecem relação de: (0,5)
A) conclusão, adição, alternãncia e oposição.
B) oposição, adição,alternância e conclusão.
C) adição, conclusão, alternância, oposição.
D) conclusão, alternância, oposição e adição.
6. Responda: (2,0)
A) No texto há uma
diferença entre menino De rua e menino Na rua. Quais são, segundo o texto, as
características de cada menino?
B) De acordo com o
texto, quando ouve-se menino De rua e
menino Na rua, têm-se a impressão quê?
C) De acordo com o texto, agimos diferente quando vemos uma
criança chorando em um shopping e num sinal. Que atitudes temos em relação à
criança do shopping e a do sinal? Por que isso acontece?
D) No final do texto
há uma afirmação: Na verdade, não
existem meninos De Rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está
NA rua é porque alguém o botou lá. Quem o botou lá?
Leia o texto abaixo
Texto 2.
7. Após ler os textos
1 e 2 , assinale os itens corretos: (0,5)
A) os textos abordam o mesmo tema, mas apresentam-no através
de gêneros diferentes.
B) mãe e filho atribuem o mesmo significado a expressão
“perigoso”.
C) mãe e narradora agem da mesma forma em relação ao” menino
de rua”.
D) a criança é
sensível em relação ao problema do menino de rua e a mãe, não.
8. Escreva um parágrafo dissertativo no qual você aborde o
tema tratado nos dois textos. (2,0)
09. Preencha as
lacunas, sobre o Pré-modernismo, com uma das expressões ou datas abaixo. (1,4)
Lima Barreto, 1902, Semana de Arte Moderna, 1922, Brasil real, Jeca Tatu, Augusto dos Anjos, Os
sertões, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato,
Policarpo Quaresma, a terra, o homem e a luta.
A. O Pré-modernismo é
entendido como o período entre
__________ e_________ no qual são apresentadas obras literárias que procuram
apresentar o retrato do________________________________.
B. O período que corresponde ao Pré-modernismo está
compreendido entre a publicação de___________________________ e o início da
____________________________________________.
C. ___________________________ apresenta a imagem do caboclo
através da figura de _____________________________. Foi um escritor polêmico,
mas preocupou-se com a educação do país:
“ um país se faz com homens e com livros.”
D. Apresentou em sua produção literária uma visão sobre o
suburbio carioca____________________________________. Criou o personagem
_________________________
Através do qual apresenta uma visão pessimista do Brasil e
de seus representantes políticos.
E.
_____________________ foram
escritos
por______________________,em 1902, narrando a guerra de Canudos. Essa
obra foi dividida em: ___________________________,_______________________ e a
luta.
F.
____________________________ escritor pouco aceito pela crítica, no
início do século XX, por apresentar o homem apenas como matéria que irá se
decompor e alimentar os vermes.
10. As vanguardas
europeias produziram uma transformação nas artes e na maneira de ver o mundo. A
quais movimentos de vanguarada poderíamos associar o poema de
Augusto dos Anjos e a imagem de A
família de retirantes? Por quê?
Lembrete:
Movimentos de Vanguarda: Futurismo, Cubismo, Expressionismo, Dadaísmo e
Surrealismo. (1,6)
O
morcego
Augusto dos anjos
Meia-noite. Ao
meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..."
- Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..."
- Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh’alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
A família de
retirantes – Cândido Portinari.
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