domingo, 2 de agosto de 2015

Leitura, compreensão e escrita

            Paranoia do corpo

Em geral, a melhor maneira de resolver a insatisfação com o físico é cuidar da parte emocional.
Não é fácil parecer com Katie Holmes, a musa do seriado preferido dos teens, Dawson’s Creek ou com os galãs
musculosos do seriado Malhação. Mas os jovens bem que tentam. Nunca se cuidou tanto do corpo nessa faixa etária como  hoje. A Runner, uma grande rede de academias de ginástica, com 23 000 alunos espalhados em nove unidades na cidade de São Paulo, viu o público adolescente crescer mais que o adulto nos últimos cinco anos. “Acho que a academia é para os jovens de hoje o que foi a discoteca para a geração dos anos 70”, acredita José Otávio Marfará, sócio de outra academia paulistana, a Reebok Sports Club. “É o lugar de  confraternização, de diversão.”
É saudável preocupar-se com o físico. Na adolescência, no entanto, essa preocupação costuma ser excessiva. É a chamada paranóia do corpo. Alguns exemplos. Nunca houve uma oferta tão grande de produtos de beleza destinados a adolescentes. Hoje em dia é possível resolver a maior parte dos problemas de estrias, celulite e espinhas com a ajuda da ciência.
Por isso, a tentação de exagerar nos medicamentos é grande. “A garota tem a mania de recorrer aos remédios que os amigos estão usando, e muitas vezes eles não são indicados para seu tipo de pele”, diz a dermatologista Iara Yoshinaga, de São Paulo, que atende adolescentes em seu consultório. São cada vez mais freqüentes os casos de meninas que procuram um cirurgião plástico em busca da solução de problemas que poderiam ser resolvidos facilmente com ginástica, cremes ou mesmo com o crescimento normal. Nunca houve também tantos casos de anorexia e bulimia. “Há dez anos essas doenças eram consideradas raríssimas. Hoje constituem quase um caso de saúde pública”, avalia o psiquiatra Táki Cordás, da Universidade de São Paulo.
É claro que existem variedades de calvície, obesidade ou doenças de pele que realmente precisam de tratamento continuado. Na maioria das vezes, no entanto, a paranóia do corpo é apenas isso: paranóia. Para curá-la, a melhor maneira é tratar da mente. Nesse processo, a auto-estima é fundamental. “É preciso fazer uma análise objetiva e descobrir seus pontos fortes. Todo mundo tem uma parte do corpo que acha mais bonita”, sugere a psicóloga paulista Ceres Alves de Araújo, especialista em crescimento. Um dia, o teen acorda e percebe que aqueles problemas físicos que pareciam insolúveis desapareceram como num passe de mágica. Em geral, não foi o corpo que mudou. Foi a cabeça. Quando começa a se aceitar e resolve as questões emocionais básicas, o adolescente dá o primeiro passo para se tornar um adulto.
                                      CASTRO, Letícia de. Veja Jovens, set. 2001. p.56.
1. A ideia CENTRAL do texto é:
(A) a preocupação do jovem com o físico.
(B) as doenças raras que atacam os jovens.
(C) os diversos produtos de beleza para jovens.
(D) o uso exagerado de remédios pelos jovens.

2. De acordo com o texto, a melhor maneira  contra a “paranoia” do corpo é:
A. fazer uma cirurgia plástica.
B.  utilizar remédios que outros adolescentes já usaram e sentiram-se melhor.
C. recorrer as academias de ginástica.
D. tratar a mente.

                          UECE-2007.2   
        
                                  CONFLITOS
Pesquisa só agora divulgada procurou entender as    causas que separam gerações. Não se trata do conflito que sempre existiu entre velhos e moços. O universo pesquisado foi o lar, a família, os pais e os filhos. A novidade desta vez é que o mal-estar entre as gerações que vivem sob o mesmo teto e repartem a   mesma mesa é apenas um mal-entendido. Os pais acham que os filhos, por serem jovens, são  necessariamente felizes, têm tudo da vida, tudo.  Podem esperar do mundo. Os filhos acham que os  pais, por representarem o poder, são necessariamente   felizes porque chegaram lá. Acontece que nem os filhos são obrigatoriamente felizes nem os pais estão
obrigatoriamente realizados. Os filhos reclamam das   cobranças paternas. Os pais acreditam que os filhos não reconhecem o valor do lar constituído, da comida na mesa todos os dias. Bastaria um olhar mais profundo de um grupo sobre o outro para desmanchar
o equívoco. Nem os filhos precisam invejar os pais  pelo poder, nem os pais precisam ficar despeitados porque os filhos têm a vida toda pela frente deles. O    amor nunca será a soma de iguais.
                                              Carlos Heitor Cony
03. Pressupõe-se da primeira frase do texto que:
A) A pesquisa já havia sido realizada.              
B) Somente agora é que a pesquisa foi realizada.
C) A divulgação da pesquisa mostra as causas dos conflitos entre as gerações.
D) As gerações de hoje vivem em conflito.

04. Pressupõe-se, pela leitura do texto, que:
A) Os filhos desrespeitam os pais.     
B) A causa dos conflitos entre pais e filhos está na educação doméstica.
C) Não há conflitos entre pais e filhos.              
D) Os pais não conhecem os filhos.
05. “Pesquisa só agora divulgada procurou entender as
causas que separam gerações. Não se trata do   conflito que sempre existiu entre velhos e moços”. .Marque a alternativa, cuja conjunção ligaria   adequadamente os dois períodos:
A) Porque.
B) Mas.
C) Logo.
D) Pois.
06. O autor conclui sua crônica com uma mensagem:
A) O amor se constrói nas diferenças.                
B) A harmonia é a chave para o amor entre pessoas.
C) O amor é resultado da união entre homem e mulher.
 D) É da divergência entre pais e filhos que nasce o amor.

07. A sociedade atual testemunha a influência determinante das tecnologias digitais na vida do homem moderno, sobretudo daquelas relacionadas com o computador e a internet. Entretanto, parcelas significativas da população não têm acesso a tais tecnologias. Essa limitação tem pelo menos dois motivos: a impossibilidade financeira de custear os aparelhos e os provedores de acesso, e a impossibilidade de saber utilizar o equipamento e usufruir das novas tecnologias. A essa problemática, dá-se o nome de exclusão digital. No contexto das políticas de inclusão digital, as escolas, nos usos pedagógicos das tecnologias de informação, devem estar voltadas principalmente para
(A) proporcionar aulas que capacitem os estudantes a montar e desmontar computadores, para garantir a compreensão sobre o que são as tecnologias digitais.
(B) explorar a facilidade de ler e escrever textos e receber comentários na internet para desenvolver a interatividade e a análise crítica, promovendo a construção do conhecimento.
(C) estudar o uso de programas de processamento para imagens e vídeos de alta complexidade para capacitar profissionais em tecnologia digital.
(D) exercitar a navegação pela rede em busca de jogos que possam ser “baixados” gratuitamente para serem utilizados como entretenimento.

Texto 4
AO VENCEDOR, OS PROBLEMAS
Ao final de uma campanha marcada por ataques pessoais, prefeitos eleitos precisam de planejamento de longo prazo para   enfrentar os problemas crônicos das  metrópoles brasileiras.
O texto acima é um fragmento de uma   reportagem da revista Veja, datada de29/10/2008, que trata dos problemas que os  prefeitos eleitos enfrentarão em algumas capitais brasileiras. O título da matéria, - AO
VENCEDOR, OS PROBLEMAS – lembra um   famoso trecho da obra machadiana Quincas Borba, transcrito a seguir.

Texto 5

Supõe tu um campo de batatas e duas tribos  famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire  forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em   abundância;  mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a   outra e recolhe os despojos", diz Quincas  Borba a Rubião para explicar-lhe a teoria do humanitismo. E completa: "ao vencido, ódio   ou compaixão; ao vencedor, as batata

08. Confronte os textos 4 e 5 e analise as afirmações a seguir:
I. A intertextualidade entre as expressões Ao vencedor, os problemas e Ao vencedor, as batatas dá-se no léxico e na sintaxe.
II. A expressão Ao vencedor, as batatas, do texto de Machado de Assis, revela uma visão humanitária
do mundo e das pessoas.
III. Diferentemente do texto 4, o texto 5 - a historieta contada por Brás Cubas a Rubião - defende a “lei do
mais forte”.
Está correto o que se diz
A) em I, II e III.   
B) apenas em I e III.
C) apenas em I.  
D) apenas em II e III.

 “Supõe tu um campo de batatas e duas   tribos famintas.” Pelo emprego do verbo supor no imperativo afirmativo, percebesse  que o narrador está contando a historieta a um único interlocutor, que trata familiarmente. Considerando que, ao se mudar o interlocutor e a intenção do falante, altera-se a forma verbal.

09. Marque a opção que NÃO atende a essa orientação.
A) Se o narrador tratasse o ouvinte por você, demonstrando familiaridade com ele - Suponha você um campo de   batatas e duas tribos famintas.
B) Se houvesse mais de um ouvinte, e o narrador quisesse demonstrar respeito cerimonioso por eles – Suponde vós  um campo de batatas e duas tribos  famintas.
C) Se houvesse um único ouvinte, e o narrador quisesse ser gentil com ele – Supões tu um campo de batatas e
duas tribos famintas.
D) Se o narrador, para efeito expressivo,  se incluísse entre os ouvintes – Suponhamos nós um campo de batatas e duas tribos famintas

10. Caro/a estudante, a revista de leitura “Jovem ligado” está com uma seleção de textos para publicar em sua página sobre leitura. Para participar dessa premiação, procure redigir um texto no qual você trate da capacidade  transformação que a leitura traz ao leitor.

Leia o texto
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.

11.  (Fuvest-SP) Esse poema é de Carlos Drummond de Andrade e foi escrito na década de 20, sob a influência das ideias modernistas. De acordo com o poema e as ideias modernistas estudadas, responda as questões :
A)  Que aspectos da realidade estão representados nas duas primeiras estrofes?
B) Que valores estão implícitos no ponto de vista adotado pelo poeta no último verso do poema?
Leia o texto 
Poema do beco
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
O que eu vejo é o beco.              Manuel Bandeira.
12. O sentimento expresso pelo eu lírico nesse poema é de :
A. pessimismo
B. valorização da vida.
C. solidariedade.
D. destruição.

Leia o texto
 No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber    o salário.  Eis parte da cena:
Não se conformou: devia haver engano. (...) Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos.
Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mao beijada! Estava direito aquilo?
Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria?
O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.Ai Fabiano baixou a pancada e amolecou.
Bem, bem. Não era preciso barulho não. Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91.ª ed.Rio de Janeiro: Record, 2003.

13  No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence a variedade do nível padrão    linguagem o seguinte trecho:
A “Não se conformou: devia haver engano” (.1).
B “e Fabiano perdeu os estribos” (.3).
C “Passar a vida inteira assim no toco” (.4).
D “entregando o que era dele de Mao beijada!” (.4-5).

14. Adaptação – (UFV-MG)  Assinale a alternativa em que há uma característica que NÃO corresponde ao Modernismo em sua primeira fase (1922-1930)
A. Ruptura radical e audaciosa  em relação às posições estéticas do  passado, quebra total da rotina literária.
B.Caráter turbulento, polemista, de demolição de valores.
C.Movimento de inquietação, insatisfação, busca de pesquisa estética, do uso da língua portuguesa do Brasil etc.
D. Apesar de toda radicalidade do grupo, ele  defende o uso de uma linguagem pura, respeitando todas as regras da gramática normativa.
Leia o texto
FORA DE SI
eu fico fora de si
eu fica assim
eu fica fora de mim

eu fico um pouco
depois eu saio daqui
eu vai embora
eu fico fora de si

eu fico oco
eu fica bem assim
eu fico sem ninguém em mim.  Arnaldo Antunes

10. O poema “ fora de si” foi escrito rompendo as regras de concordância nominal e verbal.
A) explique o motivo por que o eu lírico rompeu as regras de concordância verbal e nominal.
B) Procure reescrever o poema, fazendo as concordâncias adequadas. Em relação à qualidade estética, que alterações você percebe?

O ser humano que tem medo de fracassar não conhece

o prazer da vitória. LN      

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