quarta-feira, 30 de maio de 2012

Um escritor de vanguarda


BIOGRAFIA
Adolfo Caminha (1867-1897) nasceu em Aracati, em 19 de maio de 1867 e faleceu no Rio de Janeiro em 1º de janeiro de 1897. Filho de Raimundo Ferreira dos Santos Caminha e Maria Firmino Caminha. Ingressou na Escola Naval, tornando-se Guarda Marinho (1885), posteriormente, tornou Segundo-tenente (1888). Integrou a Padaria Espiritual com o pseudônimo de Guanabarino, sendo expulso da agremiação em 1896. Envolveu-se em um caso amoroso conturbado, deixou a farda e mudou-se para o Rio de Janeiro onde viveu como funcionário público e jornalista.

PRODUÇÃO LITERÁRIA
v  Contos - Judite e Lágrimas de Um Crente;
v  Versos - Vôos incertos (1887);
v   No País dos Ianques (1894) narração de viagem resultante de uma excursão aos Estados Unidos como oficial;
v  Romances - A normalista (1893) – O Bom Crioulo (1895) Tentação (1896);
v  Cartas Literárias (1895).
CRÍTICA SOBRE A PRODUÇÃO LITERÁRIA DE CAMINHA
Araripe Júnior
Observador e dispondo de grande sensibilidade artística para reproduzir os quadros da vida quotidiana, Adolfo Caminha, sem os exageros do realismo obscuro, e com um pouco mais de paixão pela forma, poderá colocar-se entre os mestres pintores de costumes, criando um domínio exclusivo para o seu talento.
Agripino Greco
Eterno inadaptado, insatisfeito em todos s meios, quaisquer que fossem os da imprensa, o da Marinha, o da província, o do Rio de Janeiro, o do estrangeiro, mostrou-se, descontente dos homens, ao menos curioso de todas as ideais, e os romances não apenas contrafecções do naturalismo, de um simples parasita da mesa de Zola.
Otto Maria Carpeaux
Depois da sensação algo escandaloso que os romances de Adolfo Caminha tinha provocado, o romancista foi quase  esquecido. Poucos críticos têm-no estudado, e poucos fizeram jus  ao seu talento rude, mas superior.

Sabóia Ribeiro
Um dos lados mais positivos de Adolfo Caminha é seu estilo simples, a sua linguagem enxuta, como hoje se diz. Partidário de uma arte acessível ao povo, máxime no campo da poesia e do romance, assim praticou, assim pregou. Seu estilo corrente, sem amaneiramento de qualquer espécie, não era nada comum, mas sim o estilo florido e ramalhudo.

Lúcia Miguel Pereira

Hoje, que Adolfo Caminha já não se segue, para quem o lê, há uma fila de romancistas com os mesmos processos, vemo-lo como uma das primeiras figuras de seu tempo, sofrendo sem desvantagem o confronto com Aluízio de Azevedo, para só falar do chefe do movimento naturalista entre nós.
Resumo de A Normalista
O narrador onisciente abre o primeiro capítulo da obra, apresentando as personagens, local em que se encontram e o que faziam: João da Mata sua casinhola e os frequentadores de tal ambiente os quais jogavam víspora. Em seguida, vem a descrição do flagelo da seca (1887) a qual tange as famílias de retirante rumo à capital - Fortaleza. A família de Maria do Carmo (A normalista) se junta a essa leva e busca amparo em Fortaleza, mas encontram morte e desespero: a mãe e um irmão dela morrem, o pai parte para o Pará e a órfã fica entregue aos cuidados de João da Mata – padrinho e pessoa da confiança do pai da menina. A menina estuda no colégio Imaculada Conceição e só vem nas férias para a casa do Padrinho. É tímida, triste, mas muito bonita. Maria do Carmo vem morar definitivamente com o padrinho e este se sente atraído pela jovem, faz-lhe carinhos e justifica, para si mesmo, ter direito sobre ela, pois a alimenta e dá-lhe casa. Ela conhece Zuza, este lhe manda cartas, despertando o ódio do padrinho e o medo de perdê-la para Zuza. João da Mata redobra os cuidados e as ações obscenas contra a jovem, finalmente a deflora e ela engravida. Zuza é obrigado a voltar a Recife. A menina sofre com o abandono e vê-se desgraçada, pois se descobre grávida, mas o padrinho a leva para um sítio, ela tem o filho e este morre quando nasce. A normalista volta para a casa do padrinho fica noiva do Alferes Coutinho e nada mais se fala sobre ela.

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