Era uma vez uma escola onde diziam que os alunos não gostavam de ler nem escrever, mas o tempo foi passando e aconteceu uma mágica: muitos alunos começaram a ler e a escrever semanalmente. Essa mágica foi simples: TODOS OS PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA começaram a trabalhar livros em sala de aula, livros simples, leitura agradável. A partir desse prática, houve a escrita de textos literários e não literários... Segue entrevista com um aluno que participa desse processo...
Entrevista com Filipe Pereira
Filipe
Pereira, 18 anos, estudante da EEFM Prof. Paulo Ayrton, 1º ano, é um rapaz
tímido, de poucas palavras faladas, mas
de muitas palavras escritas. Escreve contos e poemas de terror, publica no
Recanto das Letras sob o pseudônimo de O_ Corvo, possui quase 2000 leitores. www.recantodasletras.com.br/
Profa. Eliene Silva- Quando você
despertou para a leitura?
Filipe – Aos 13 anos, após ver um filme
baseado na obra O Corvo, de Edgar Allan Poe.
Profa. Eliene Silva - Além de Edgar Allan Poe e obras do gênero, há
algum escritor brasileiro que você tenha lido?
Filipe- Álvares de Azevedo, a obra Noite
na Taverna.
Profa. Eliene Silva - Você percebeu ligação entre a literatura de
Poe e Azevedo?
Filipe -
Os dois tratam de terror, tragédia, morte... há o estilo gótico.
Profa. Eliene Silva - Quando você
começou a escrever contos?
Filipe - Comecei há algum tempo, mas escrevia, lia, não
gostava, rasgava os textos e jogava fora, mas produzi a retextualização de um conto,
no 9º ano, esse texto foi lido para a turma, foi para a prova e quebrou a
timidez. O primeiro texto publicado foi O círculo.
Profa.
Eliene Silva: Como você conheceu o Recanto das Letras?
Filipe - Através da Profa. Eliene.
Profa.
Eliene Silva – Qual o papel da leitura em sua vida?
Filipe – É uma fuga da realidade.
Profa.
Eliene Silva – Como a escrita influencia sua vida?
Filipe - É uma forma de superar a melancolia, é como o álcool
que a pessoa bebe para esquecer os problemas.
Profa.
Eliene Silva – Quando você escreve você prefere silêncio ou ouvir
música?
Filipe-
Gosto de escrever, ouvindo música gótica: Supor Aeternus.
Profa.
Eliene Silva – Há uma ideia de que jovens que gostam de Rock e curtem
esse tipo de literatura são usuários de droga. Como você analisa essa
afirmação?
Filipe – Falsa, porque há amigos que curtem esse tipo
de música e leitura, e não usam drogas. Eu
não uso. Acho que isso também é preconceito, o povo vai pelas aparências.
Profa.
Eliene Silva – Qual a dica de
leitura que você dá ao nosso público
para desenvolver o gosto pela leitura?
Filipe – O conto “O retrato oval”.